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Dona Ondina: Como Minha Avó Usou a Fotografia para Conectar Gerações, Planejando uma Sessão de Fotos para o Futuro

 

A ETERNA LEMBRANÇA DE DONA ONDINA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA 📸

Há duas décadas, minha querida avó Ondina nos deixou. Embora eu não tenha sido tão próximo dela quanto alguns de meus primos, as memórias que compartilhamos são inestimáveis. Todo domingo, nossa família se reunia para um churrasco em sua casa, e esses momentos se tornaram sagrados em minha memória.

Dona Ondina tinha uma peculiaridade: ela sempre estava planejando o futuro, até mesmo o momento de sua partida. Lembro-me de como ela cuidadosamente organizou cada detalhe, desde o plano funerário até a reforma da capela da família no cemitério. Ela até preparou um espaço para que a família pudesse se reunir e “tomar chimarrão” em sua homenagem.

Mas o que mais me marcou foi a paixão de minha avó pela fotografia. Ela valorizava a essência da fotografia, o poder de capturar momentos e reviver memórias. Nos domingos, ela abria suas caixas de fotos, e juntos, viajávamos no tempo, revivendo histórias do passado. Graças a essas fotos e às histórias contadas com tanto amor, pude conhecer meu avô, o “véio Tupy”, que partiu antes de eu nascer.

Dona Ondina sempre carregava sua “kodak”, como ela carinhosamente chamava sua câmera, e muitas das fotos da minha infância foram capturadas por ela. Mas a surpresa mais tocante veio após sua partida. Alguns dias depois de seu falecimento, membros da família receberam envelopes contendo retratos dela. Minha avó havia planejado uma sessão fotográfica em estúdio, e essas fotos foram entregues à família como uma última lembrança.

Ela pensou em tudo! Dona Ondina queria garantir que, assim como ela mantinha viva a memória de meu avô através de fotografias, nós também a lembraríamos para sempre. E ela estava certa. Vinte anos depois, ao olhar para essas fotos, sinto sua presença e sou inundado por memórias queridas.

A fotografia tem o poder de transcender o tempo, de conectar gerações e de manter vivas as memórias daqueles que amamos. Dona Ondina sabia disso e nos deixou um legado inestimável.

Obrigado, Vó Ondina, por nos ensinar o verdadeiro valor da fotografia e por nos deixar lembranças tão preciosas. Seu amor e sua sabedoria continuam vivos em cada imagem que você nos deixou. ❤️

A Ciência por trás da Memória Fotográfica

A fotografia, como meio de memória, tem sido objeto de estudo e reflexão em diversas disciplinas acadêmicas. Segundo TSUNODA (2009), a fotografia possui uma capacidade única de evocar memórias e emoções, servindo como uma ponte entre o passado e o presente. Esta capacidade da fotografia de conectar momentos e gerações é algo que Dona Ondina intuitivamente compreendeu e valorizou.

Além disso, a fotografia permite que momentos específicos sejam eternizados, criando um “punctum”, ou ponto de interesse, que atrai a atenção do observador e evoca uma resposta emocional (TSUNODA, 2009). Esta natureza evocativa da fotografia é evidente nas memórias que Dona Ondina deixou para trás, permitindo que gerações futuras se conectem com ela e com o passado da família.

A decisão de Dona Ondina de planejar uma sessão fotográfica e deixar retratos como uma última lembrança para a família é um testemunho do poder duradouro da fotografia. Como TSUNODA (2009) observa, a fotografia tem o potencial de servir como um lembrete tangível da presença de alguém, mesmo após sua partida.

Em conclusão, a paixão de Dona Ondina pela fotografia e sua compreensão intrínseca de seu valor como meio de memória ressoam com as descobertas acadêmicas sobre o assunto. Ela nos deixou não apenas com lembranças preciosas, mas também com uma compreensão mais profunda do poder da fotografia de conectar, evocar e eternizar momentos.

Referência: TSUNODA, Ryuichi. Photography as a Medium of Memory: Development from Roland Barthes’s Concept of “Punctum”. Tokyo Metropolitan University, Graduate School of Social Sciences, 2009. p. 63-64.

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